25 March 2011


I know it's over
(and it never really began),
but in my heart it was so real...

12 March 2011

5 March 2011

Ted

Lembro de como o seu cabelo brilhava ao sol, nas tardes de inverno. Nós nunca falamos sobre o brilho em nossos olhos, mas as respostas estavam ali em nossos sorrisos. Tão perto e tão distantes, nós estávamos.

Desculpa se eu nunca te disse, mas você era a melhor coisa do meu mundo. E se eu desviava o olhar era porque tinha medo de você perceber o quanto estar ali significava pra mim. E eu nem sabia direito o porquê.

Pensei que eu estava perto do seu coração, e por favor não me diga que somos de mundos diferentes. E eu devia ter sabido a tempo o quão perfeito você era. Houve um tempo, e era naquela época, que você me contava tudo o que acontecia. E a gente ria juntos, ouvia Strokes juntos, você sempre tentando me fazer gostar de Eric Clapton. Houve um tempo...

Agora é tarde demais pra te contar que descobri que meu mundo é você.

E eu sei que você nunca foi dormir pensando em mim, sei que nunca sentiu vontade de ouvir uma música do George Harrison só porque sabia que eu também estaria ouvindo. Disso eu tenho certeza.

Mas havia um brilho no seu olhar, havia. Eu realmente gostaria de entender o que aconteceu. Mas não me diga, porque isso machuca. Isso dói, sabia??

Você nunca prometeu ficar pra sempre, não é sua culpa. É que eu queria que tudo fosse como antes, eu e você, caminhando no sol, às vezes na chuva, falando sem parar, rindo da minha dificuldade com os números e falando mal das professoras loucas.

Se eu pudesse passar mais um dia com você, te deixaria ver o brilho dos meus olhos, e te contaria que eu dormi ouvindo Eric Clapton na noite passada. Te deixaria também desvendar o amor que se esconde atrás do meu sorriso.

Queria te contar que você pra mim foi minha adolescência e o rock’n’roll, as tardes com sono, as fofocas sobre os losers. Você pra mim foi o último resquício de infância, a vontade de chegar o dia seguinte pra te ver de novo, meu último ano de escola sabendo que estava na hora de te dar adeus.

E dizendo tudo isso, não te pediria nada, eu só queria que soubesse que é de você que me lembro quando ouço uma música de amor, e assim que me acordo. E que eu ainda sorrio do mesmo jeito, mas por dentro, estou gritando. Porque você não está comigo.

“ - E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
- Ah. Porque eu sou tímida.”