31 January 2011

Fireworks

Em uma tarde de verão, sentada comendo o que sobrou do seu bolo de aniversário de 18 anos, ela pensa nela mesma, sentindo nostalgia de como costumava ser.

Buddy Holly canta ‘Dearest’ no radio e ela sente um aperto no peito, pois sabe que agora nada será igual... seus amigos estão espalhados por aí, seus velhos cadernos estão guardados... seu garoto está com outra.

Ela e Ted costumavam ser como chá e bolachas, papel e caneta... passavam as tardes juntos na escola, com o amor saltando dos olhos dela e indo de encontro ao sorriso dele. E iam para a escola juntos, conversando sobre tudo, ele apenas caminhando, ela enxergando fogos de artifício no céu cinzento de inverno.

Mas chegou o baile de formatura e o ano acabou. Ela nunca mais passou as tardes com ele, que vai continuar no colégio, enquanto ela está indo para a vida adulta.

Nunca mais os céus matinais de inverno terão fogos de artifício. Nunca mais ela e Ted irão sorrir um para o outro e ela nunca poderá lhe dizer ‘eu te amo’, pois isso ele já fala para um outro alguém.

E é por isso que ela fica triste, e não há Buddy Holly e nem blues que a façam melhorar. Ela se sente no vermelho, como Audrey Hepburn em ‘Bonequinha de Luxo’. Estar no vermelho é horrível, de repente você fica com medo e não sabe por quê.

Ela sente como se o momento presente já fosse uma lembrança, sente-se muitos anos à frente, relembrando o momento atual. E sente saudade, apesar de toda a tristeza.

Em breve terá que deixar tudo para trás, as amigas que restaram, seus pôsteres colados na parede... a vida será muito mais do que folhear velhos cadernos. E Ted irá para a escola sozinho, e enquanto isso ela vai estar pensando nele, tão bonito em seu uniforme vermelho de inverno.

Um dia desses ela viu Ted. Ele estava passando pela rua que ela o havia mostrado, dizendo a ele que era o melhor caminho para ir para casa. A rua deles! Ted estava lá e acenou sorrindo para ela.

Fogos de artifício no céu azul de verão.

1 comment:

  1. Aiii, que lindo Rê!! é tudo tão lindo que até me dá medo...
    eu sei que tipo de guria que tú é, do tipo que faz da tristeza uma coisa que chega a ser bonita!!
    "Soltei o mundo, pra segurar a sua mão. Às vezes, quando ainda valia a pena, eu ficava horas pensando que podia voltar tudo a ser como antes…" Caio Ferando Abreu (mestre, ele sabe...)
    beijo, te amo, linda!!!!! (juntas até na merda!)

    ReplyDelete